Alguns questionamentos me foram enviados a respeito da seguinte questão: como conciliar a questão da espiritualidade com os postulados da psicanálise, cuja manifestação central está no reconhecimento da ação e dos desejos do inconsciente, ou seja, um processo mental. Recentemente, ouvi uma entrevista da neurocientista Bruna Dimantas, uma ex-diretora executiva de grandes corporações internacionais que recentemente deu uma palestra no Brasil.
Aos 35 anos, ela desenvolveu a síndrome de Burnout após exaustão intensa por conta do trabalho. Como a sede da empresa fica na Holanda, que é um dos poucos países onde existe legislação a respeito do afastamento compulsório de pessoas nesse estado emocional, Bruna passou por esse processo no qual somente após um laudo médico é possível o retorno ao trabalho.
Segundo ela, a vice-presidente da empresa chegou a lhe dizer que Bruna foi “a pior contratação que ela fez” por conta da queda em seu rendimento funcional. Desenvolveu anorexia nervosa, o que definiu como “suicídio lento”. O ápice deste processo foi em 2019, quando Bruna resolveu dar uma guinada em sua vida profissional. Foi neste ponto que o processo da espiritualidade tornou-se uma referência essencial.
Em suas próprias palavras, ela tem uma habilidade excepcional de fazer as pessoas mudarem suas preferências de consumo, fato que a projetou no cenário do mercado internacional, e porque esta não poderia ser usada de outra forma, visando ajudar as pessoas. Formou-se em Neurociência Comportamental em Londres e atua também na orientação para transformação pessoal , processo de cura e desenvolvimento.
Em sua forma de pensar, a espiritualidade não é uma questão de crença ou religião, mas uma forma de se conectar à essência pessoal e ao mundo em derredor, atingindo uma vida mais plena e significativa, trabalhando não somente a transformação pessoal, mas também a prosperidade.
É exatamente neste sentido que desenvolvo o trabalho de psicanálise espiritualista, sem romper com os preceitos da psicanálise clínica que é a base da análise e início da terapia. Porém, as ciências como as pessoas precisam evoluir e ampliar o entendimento do que importa para o atingimento dos resultados almejados, importantes tanto para o analisando como para o analista. Apesar de não ter sido objeto dos estudos de Freud, Lacan, Jung e outros, a espiritualidade humana é hoje fator de considerações na neurociência e, porque não seria, também para a psicanálise.
Espero que a abordagem e o estudo que desenvolvo não sejam importantes somente para as pessoas que atendo, como já tenho observado, mas também para a ciência que busca o encontro das pessoas consigo mesmas, o desenvolvimento de suas potencialidades e a aproximação daquilo que, de modo pessoal, cada um define por felicidade.
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CCléo ReisMaio 2025É felicidade a Espiritualidade contar com consideracões das Ciências, incluindo recentemente a medicina e da OMS! Penso que três Asas se completam e trazem saúde física e emocional: Conhecimentos= Ciências, Amor, Fé raciocinada- proporcionada pelo Estudo da Espiritualidade .